Fernando Pessoa é o mais importante poeta português do século passado.Ele é conhecido por seus heterônimos,que são seus ''falsos eus'',diferente de pseudônimo que só tem de falso o nome,o heterônimo tem como falso o poeta.Fernando pessoa cria diferentes poetas,cada um com biografias,histórias de vida e estilos de escrever diferentes.Esses poetas seriam várias pessoas que habitam um único poeta(Fernando Pessoa)
Leia um trecho da carta que Fernando Pessoa enviou a um amigo dele chamado Adolfo Casais Monteiro em 1935.
A GÊNESE DOS HETERÔNIMOS
Poesia ortonímica- Ele mesmo escreve sua história,com sua própria biografia.
As características são:poesia lírica(manifestação de sentimentos),saudosista(saudade) e nacionalista(nação).
-Em 1944,publicou o livro mensagens que pode ser dividido em três partes:
I0Brasão-formação de Portugal.os heróis são as figuras lendárias de um antigo Portugal
D.Sebastião
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
III0O Encoberto-final do século XVI,o rei Dom Sebastião entrou numa batalha e nunca encontraram o corpo dele,o mito do Sebastianismo(D. Sebastião vai voltar),Morte de D.Sebastião.
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo - fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
Principais Heterônimos de Fernando Pessoa
Alberto Caeiro
-Camponês,Fernando Pessoa chamava-o de '' meu mestre''
-Sua poesia é simples,especulatica,fingia de testar espiritualismo,a metafísica,mas era um perquiridor do mundo.
-Poeta filósofo(só vai existir conhecimento quando você vivenciar aquela situação)
-Seus poemas mais importantes estão reunidos sob o título O guardador de rebanhos e Poemas Completos de A.Caeiro.
O guardador de rebanhos
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,Sei a verdade e sou feliz.
Álvaro de Campos
-Engenheiro naval.
-Sua poesia demostra muito desencantamento com a existência humana,coisas do mundo.
-Possui personalidade futurista,louva os movimentos das máquinas,vida moderna,velocidade,tecnologia.
-Seus poemas mais conhecidos são Ode triunfal,Tabacaria r Poemas em linha reta.
Trecho de Ode Triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Leia um trecho da carta que Fernando Pessoa enviou a um amigo dele chamado Adolfo Casais Monteiro em 1935.
A GÊNESE DOS HETERÔNIMOS
Tive sempre, desde criança, a necessidade de aumentar o mundo com personalidades fictícias, sonhos meus rigorosamente construídos, visionados com clareza fotográfica, compreendidos .por dentro das suas almas. Não tinha eu mais que cinco anos, e, criança isolada e não desejando senão assim estar, já me acompanhavam algumas figuras de meu sonho — um capitão Thibeaut, um Chevalier de Pas — e outros que já me esqueceram, e cujo esquecimento, como a imperfeita lembrança daqueles - é uma das grandes saudades da minha vida.
Isto parece simplesmente aquela imaginação infantil que se entretém com a atribuição de vida a bonecos ou bonecas. Era porém mais: eu não precisava de bonecas para conceber intensamente essas figuras. Claras e visíveis no meu sonho constante, realidades exatamente humanas para mim, qualquer boneco, por irreal, as estragaria. Eram gente.
Além disto, esta tendência não passou com a infância, desenvolveu-se na adolescência, radicou-se com o crescimento dela, tornou-se finalmente a forma natural do meu espírito. Hoje já não tenho personalidade: quanto em mim haja de humano, eu o dividi entre os autores vários de cuja obra tenho sido o executor. Sou hoje o ponto de reunião de uma pequena humanidade só minha.
Trata-se, contudo, simplesmente do temperamento dramático elevado ao máximo; escrevendo, em vez de dramas em atos e ação, dramas em almas. Tão simples é, na sua substância, este fenômeno aparentemente tão confuso.
Não nego, porém — favoreço, até —, a explicação psiquiátrica, mas deve compreender-se que toda a atividade superior do espírito, porque é anormal, é igualmente suscetível de interpretação psiquiátrica. Não me custa admitir que eu seja louco, mas exijo que se compreenda que não sou louco diferentemente de Shakespeare, qualquer que seja o valor relativo dos produtos do lado são da nossa loucura.
Médium, assim, de mim mesmo todavia subsisto. Sou, porém, menos real que os outros, menos coeso (?), menos pessoal, eminente-mente influenciável por eles todos. Sou também discípulo de Caeiro, e ainda me lembro do dia — 13 de Março de 1914 — quando, tendo “ouvido pela primeira vez” (isto é, tendo acabado de escrever, de um só hausto do espírito) grande número dos primeiros poemas do Guardador de Rebanhos, imediatamente escrevi, a fio, os seis poemas-intersecções que compõem a Chuva Oblíqua (Orpheu 2), manifesto e lógico resultado da influência de Caeiro sobre o temperamento de Fernando Pessoa.
-Feranando Pessoa escreveu poesia ortonímca e heteronímica.
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Poesia ortonímica- Ele mesmo escreve sua história,com sua própria biografia.
As características são:poesia lírica(manifestação de sentimentos),saudosista(saudade) e nacionalista(nação).
-Em 1944,publicou o livro mensagens que pode ser dividido em três partes:
I0Brasão-formação de Portugal.os heróis são as figuras lendárias de um antigo Portugal
D.Sebastião
"Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?"
II0Mar Português-século XVI;época das grandes navegações,das conquistas ultramarinasX.Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
III0O Encoberto-final do século XVI,o rei Dom Sebastião entrou numa batalha e nunca encontraram o corpo dele,o mito do Sebastianismo(D. Sebastião vai voltar),Morte de D.Sebastião.
NEVOEIRO
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terraDefine com perfil e ser
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo - fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
Principais Heterônimos de Fernando Pessoa
Alberto Caeiro
-Camponês,Fernando Pessoa chamava-o de '' meu mestre''
-Sua poesia é simples,especulatica,fingia de testar espiritualismo,a metafísica,mas era um perquiridor do mundo.
-Poeta filósofo(só vai existir conhecimento quando você vivenciar aquela situação)
-Seus poemas mais importantes estão reunidos sob o título O guardador de rebanhos e Poemas Completos de A.Caeiro.
O guardador de rebanhos
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,Sei a verdade e sou feliz.
Álvaro de Campos
-Engenheiro naval.
-Sua poesia demostra muito desencantamento com a existência humana,coisas do mundo.
-Possui personalidade futurista,louva os movimentos das máquinas,vida moderna,velocidade,tecnologia.
-Seus poemas mais conhecidos são Ode triunfal,Tabacaria r Poemas em linha reta.
Trecho de Ode Triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
Ricardo Reis
-Médico,herança clássica,bucolismo(natureza) e seus versos cultivam,sobretudo,o carpe diem horaciano(aproveite cada momento porque tudo passa)
-Ricardo Reis faz uso da mitologia greco-romana.
Trecho de Vem sentar-te comigo,Lídia,à beira do rio.
Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
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